sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Notícias na semana

Os compromissos do último dia da VTI, que se encerram quase em cima da hora de a delegação brasileira embarcar de volta para o Brasil, não permitirão que eu poste novas informações até chegar em São Paulo.


Mas o blog não se encerra com o término da viagem. Ao longo da semana, que se inicia na segunda-feira (01/11), publicarei a cobertura dos encontros de trabalho entre os executivos brasileiros na Itália e um balanço sobre a VTI ABAD 2010.
Arrivederci!

Símbolo da cidade


A Duomo de Milão, situada na praça central da cidade, é uma das mais célebres e complexas igrejas em estilo gótico da Europa. A catedral, que tem 157 metros de comprimento e 109 de largura, possui cinco naves com uma altura que chega aos 45 metros, divididas por 40 pilares. O telhado tem 135 agulhas e diversas estátuas e gárgulas. Dentro há espetaculares vitrais, baixos-relevos e um tesouro medieval.

A construção do edifício começou em 1386 sob a iniciativa do arcebispo Antonio da Saluzzo, mas só em 1813 foi dada por finalizada, mas de quatrocentos anos após o início de suas obras. A catedral é atualmente um importante ponto turístico de Milão, e do alto do seu terraço é possível vislumbrar toda a cidade.


Curiosidades
A catedral gótica, que sempre teve réplicas de metal comercializadas aos turistas, ficou mais famosa após o domingo de 13 de dezembro de 2009, quando Silvio Berlusconi foi atingido com uma réplica da Duomo. As réplicas da catedral bateram recordes de vendas e instantaneamente se esgotaram nas lojas, sendo a maioria dos clientes esquerdistas ou opositores ao governo do primeiro-ministro.

Assista ao vídeo e veja imagens da Duomo

Um pouco mais de Milão


Amanhã, sábado, o grupo de empresários da cadeia de abastecimento brasileira aproveita para conhecer um pouco mais da cidade de Milão – base da VTI ABAD 2010 – antes do retorno ao Brasil. Situada no vale do rio Pó, Milão estende-se por uma área de 182 km² e está entre as cinco maiores área urbana da União Européia, com uma população estimada em 1,4 milhão de habitantes. Considerada uma das cidades mais ricas e um dos principais centros financeiros e de negócios da Europa, é a sede da Bolsa de Valores Italiana (o Piazza Affari).


A cidade tem um rico patrimônio cultural e possui uma culinária riquíssima em pratos variados (é o lar de inúmeros pratos famosos, como o bolo de Natal e o Panetone). Tem também um cenário musical particularmente famoso, principalmente de tradição operística. É a casa de vários compositores importantes como Giusepe Verdi e de teatros como o Alla Scalla. É conhecida por conter vários museus importantes, universidades, palácios, igrejas e bibliotecas, tais como a Academia de Brera e o Castello Sforzesco. Isso faz de Milão um dos mais populares destinos turísticos da Europa.

É uma cidade industrial de grande economia, mas é também um centro histórico com uma vida cultural intensa. Uma das maiores catedrais góticas do mundo, a Duomo, localizada na praça de mesmo nome, é a maior jóia da cidade.

Como a maioria das cidades da Itália, Milão e sua área adjacente tem sua própria culinária regional, que, como é típico das cozinhas lombardias, utiliza com mais freqüência arroz do que massa, e quase não há tomate. A cozinha milanesa inclui a “cotoletta alla milanese”, um bovino à milanesa, chuleta frita na manteiga. O salame milano, com um grão muito fino, é difundido em toda a Itália. O queijo milanês mais conhecido é o gorgonzola da cidade homônima nas proximidades, embora hoje os principais produtores desse tipo de queijo operem na região de Piemonte.

Junto com Nova Iorque, Paris, Roma e Londres, é considerada uma das capitais da moda do mundo. A maioria das grandes marcas italiana de moda, como Valentino, Gucci, Versace, Armani e Dolce&Gabbana, tem sua sede na cidade.


No futebol possui duas grandes equipes: Milan e Inter. As duas jogam no Estádio Giuseppe Meazza, popularmente conhecido como estadio San Siro, por estar localizado na zona urbana de mesmo nome.

Sua população, como o da Italia como um todo, é predominantemente católica. A cidade, que tem o seu próprio rito católico histórico conhecido como Rito Ambrosiano, também se diferencia por sua música litúrgica. O canto gregoriano foi totalmente utilizado em Milão e em áreas adjacentes, porque o oficial era o seu próprio canto ambrosiano. Para preservar esta música em Milão, foi desenvolvida a schola cantorum, uma faculdade, e um "Instituto em parceria com a Pontifíce Instituto Ambrosiano de Música Sacra (PIAMS)" em Roma.

O clima médio diário no inverno em Milão é de cerca de 6 °C, que recebe aproximadamente 40 cm de neve todos os anos. No verão, a temperatura rona os 28 °C e pode alcançar os 35/37 °C. A umidade é bastante elevada durante o ano inteiro e as médias anuais da chuva são de aproximadamente 1000 milímetros.

Assista ao vídeo e veja mais fotos de Milão

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Próximo destino

A nossa próxima parada é a capital da Emilia-Romanha, situada na parte norte do país entre os rios Reno e Savena, e uma das cidades mais prósperas da Itália: Bolonha. Logo pela manhã partimos em direção para a cidade que possui herança cultural rica, que abrange de palácios e igrejas medievais a torres inclinadas e é rodeada por atraentes praças e edifícios típicos da Itália, com belos pórticos. Bolonha é também considerada a capital gastronômica do país. Sua cozinha (a culinária Bolonhesa) é famosa em todo o mundo.

Em suas duas praças centrais da cidade, a Piazza Maggiore e a Piazza del Nettuno, estão localizadas as igrejas de San Petronio e San Domenico. A primeira figura entre as maiores construções medievais de tijolo da Itália. San Domenico é a mais importante igreja domenicana do país, abrigando a sepultura do próprio São Domingos.

A Pinacoteca Nazionale, principal galeria de arte da Bolonha, destaca a Madona em Glória, de Perugino e êxtase de Santa Cecília, de Rafael.

É a partir desta província que a região comercializa os seus produtos agrícolas. Centro de cruzamento de diferentes meios de comunicação terrestres e marítimos, editorial e educativo, Bolonha possuiu a mais antiga universidade do Mundo ainda em funcionamento. Nela estudaram os poetas italianos mais famosos, como Dante e Petrarca. As suas indústrias são principalmente de maquinaria agrícola, de aço, química e alimentar.

Esse cenário será palco da visita técnica do grupo de empresários e executivos da cadeia de abastecimento brasileira à Conad – o maior grupo de centrais de compras do país. Serão visitadas lojas e também o depósito da companhia que, além de atender aos varejistas independentes opera lojas próprias.


Acesse o video e veja imagens da cidade.

País estratégico

A fórmula continua a mesma de 150 anos quando Gaspare Campari fundou a marca de mesmo nome, mas nos últimos 15 anos a participação da Itália no faturamento do grupo se inverteu e o Brasil aparece como destaque, em uma companhia que, de uma receita de 150 milhões euros em 1995, deve atingir 1,1 bilhão de euros este ano. “O Brasil é o nosso primeiro mercado do mundo em volume de vendas e é estratégico para a nossa companhia”, afirma Paolo Perego, diretor-geral da Campari na América do Sul.


Neste período, a empresa deixou de ser apenas um produto e rumou para a expansão, comprando outras marcas até chegar a um portfólio de 60 e conquistando novos mercados até atingir 190 países onde seus produtos são comercializados. Desta maneira, a Itália deixou de ser responsável por 75% da receita da companhia, contra 25% do resto do mundo e passou para 45% de participação contra 55% do montante advindo dos outros países do mundo.

Há 150 anos, a Villa Campari era a residência de campo da família e ficava nas cercanias de Milão. Com o tempo e o desenvolvimento da cidade, atualmente, ela está no centro de capital da moda italiana e na última semana abriu suas portas para que os empresários do atacado distribuidor brasileiro pudessem conhecer mais sobre a história da companhia. Ao final do tour, ciceroneado por Paolo Perego, o grupo se deslocou até a Galleria Campari, localizada nos fundos da casa, para um coquetel no começo da noite.


Assista ao vídeo e faça um tour pela galeria.

Serviço eficiente


Com 26 lojas Iper La Grande, o Grupo Finiper tem 9,5% de participação no canal hipermercado, percentual que cai para 3,3% quando a participação da empresa no mercado de consumo italiano leva em consideração todos os formatos de loja. O maior número percentual de participação nas lojas de hipermercado tem uma razão - ou várias. É fácil descobrir os motivos ao se visitar o único Iper La Grande localizado dentro da cidade de Milão. Uma loja atrativa, bonita, com bom atendimento e forte investimento em serviços para atrair e reter o consumidor.

Só para se ter alguns exemplos, mais de 60% da área de 5.500 metros quadrados do local são preenchidos por produtos alimentares e frescos. A enorme variedade de frutas, verduras e legumes, os pratos prontos e os produtos refrigerados são realçados com um layout totalmente desenvolvido para chamar a atenção dos clientes em um espaço nobre dentro da loja. A boa disposição dos itens e a apresentação deles fazem, possivelmente, com que boa parte do faturamento do local – quase na mesma proporção do espaço ocupado – venha destas seções.

O visual delas dentro do estabelecimento é parecido com as das feiras livres das grandes cidades. É como se cada local desse fosse uma loja a parte dentro do hipermercado e com um atendimento feito para valorizar o cliente em cada pedido. Seguindo essa linha a peixaria é um espetáculo a parte. O peixeiro é um verdadeiro showman com microfone e plateia própria. Ele chama os clientes, diz as ofertas do dia e ensina aos consumidores como se deve preparar cada tipo de peixe.


Outro exemplo é a seção de vinhos, responsável por 7% do faturamento do local, tem um visual e um cuidados nunca encontrado em nenhuma loja brasileira. Denominada de cantina do vinho, o local guarda mais de 700 etiquetas de todos os preços e regiões do País – contando os 300 rótulos dos vinhos de mesa – e realiza degustação e conta com um wine bar em seu interior.

A loja conta ainda com um sistema de autoatendimento onde os clientes passam o código do produto no caixa, insere o dinheiro e recebe o troco. Se acaso, o código do produto não for o correspondente no sistema a operação é bloqueada e ele terá de repetir a operação.

O grupo fatura 3 bilhões de euros ao ano e a bandeira Iper La Grande é responsável por 2,4 bilhões de euros. Com 9.500 funcionários, o Iper representa 7.500 deles. A loja de Milão tem 30 mil itens no mix de produtos e uma receita que, em 2009, foi de 55 milhões de euros. “Recentemente, a associação de consumidores da Itália reconheceu a nossa marca como a mais eficiente no mercado do país”, afirma Zroanotto Borotonetto, diretor de loja do Iper.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Grupo voluntário


Um conglomerado empresarial que abriga varejistas de maneira voluntária debaixo de seu guarda-chuva e oferece planos de marketing, promoções, preços e serviços administrativos. Assim é o Grupo Interdis, composto por 28 empresas – em que cada uma é administrada de maneira independente uma da outra - com atuação em 19 regiões em 2716 pontos de vendas no mais variados formatos como cash & carry, superstores e supermercados. O grupo tem 4% de participação no mercado italiano de consumo e uma receita que atingiu 5,4 bilhões de euros em 2009.


Os executivos da Interdis e da Alta Sfera

O sistema começou com empresários que se juntaram e fizeram uma organização. Cada empresário se associa de maneira voluntária e se tiver vontade. Feito isto tem uma cota a pagar e tem de cumpri-la para fortalecer a matriz que oferece os serviços. “Temos um planejamento para todos os formatos e procuramos saber o que o mercado precisa e o nosso cliente necessita. Tentamos traçar uma estratégia que funcione para todos conjugando as solicitações locais com a estratégia nacional”, diz Giuseppe Conter, presidente do Interdis.


No cash & carry, o grupo administra 51 lojas no país, da quais 18 são da bandeira Alta Sfera, que atua com o mercado HoReCA, de hotéis, bares e restaurantes e cada uma das lojas tem uma receita média anual que varia de 14 milhões de euros até 30 milhões de euro. Terceira maior rede da Itália, atrás somente do Metro e do Selexy, a bandeira realiza um planejamento local e nacional para o seu público alvo com cartões de fidelidade. Desta maneira, consegue conhecer todos os produtos comprados pelos clientes e refazer o sortimento de cada loja, de acordo com a necessidade de cada um. “Temos 25 mil clientes com cartões e os dividimos em subcategorias, de acordo com a área de atuação e a cada duas semanas enviamos folders com material promocional”, afirma Vincenzo Palermo, diretor de área do Interdis.


Na Itália, o cash & carry não pode comercializar produtos ao consumidor final. Para comprar é necessário ser pessoa jurídica e realizar uma atividade ligada ao mercado alimentício, de alguma maneira. Para atendê-los, a Altas Sfera, que trabalha com 15 mil itens no mix de produtos em um espaço de 7.500 metros quadrados, tem 40 vendedores especializados nas seções que compõem o negócio como FLV, congelados, secos, alimentos e enoteca. “Procuramos oferecer confiabilidade e continuidade aos serviços prestados aos clientes. Todos os dias, nós buscamos oferecer produtos que atendem as necessidades deles e os clientes conhecem os nossos atendentes, o que é muito importante”, diz Palermo.

O grupo brasileiro é recepcionado com queijos e vinhos pelos diretores do Interdis

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Santo Sudário

Hoje, após conhecer as operações do Eataly, na parte da tarde da viagem até Turim, está prevista uma visita a mais famosa e discutida relíquia da igreja católica, o Santo Sudário, cujo original está mantido fechado na Cappella della Sacra Sindone do Palácio Real de Turim desde 1578. O grupo conhecerá o Museu Della Sindone, que guarda a história de objetos ligados ao lençol e uma réplica do material.


As primeiras referências a um possível sudário surgem na própria Bíblia. O Evangelho de Mateus (27:59) refere que José de Arimateia envolveu o corpo de Jesus Cristo com "um pano de linho limpo".  João (19:38-40) também descreve o evento, e relata que os apóstolos Pedro e João, ao visitar o túmulo de Jesus após a ressurreição, encontraram os lençóis dobrados. Embora depois desta descrição evangélica o sudário só tenha feito sua aparição definitiva no século XIV, para não mais ser perdido de vista, existem alguns relatos anteriores que contêm indicações consistentes sobre a existência de um tal tecido em tempos mais antigos.

A origem do sudário é incerta, mas pertencia à Casa de Sabóia por volta de 1450 e foi doada ao Vaticano em 1983. O Sudário “original” está guardado num ataúde de prata dentro de uma caixa de ferro no interior de um cofre de mármore, que por sua vez, fica numa urna no altar.


Apenas uma réplica é exibida. Em 1988, um teste de datação por carbono colocou o mito do sudário em cheque, alegando que ele era do século XII. Mais tarde, provou-se então que o tecido tem entre 1300 e 3000 anos.

Em maio deste ano, o Papa Bento XVI foi a Turim para ver a primeira exposição do sagrado manto católico ao público em 10 anos.

Acesse e veja imagens do Santo Sudário.

Programação em Turim

Amanhã, o dia começa bem cedo com a ida até a cidade de Turim - a duas horas de ônibus de Milão - para conhecer a operação de uma inovadora loja de alimentos: a Eataly, conhecida como o reino da comida italiana. O hipermercado tem produtos únicos, muitas vezes exclusivos, e virou mania nacional ao transformar o slow food – que valoriza a enogastronomia típica - em um bom negócio.


Turim é uma das cidades industriais mais importantes da Itália e é conhecida como a capital do automóvel, onde sedia a fábrica da marca Fiat.  Famosa por abrigar a mais famosa e polêmica relíquia da Cristandade, o Santo Sudário, e o time de futebol Juventus, a cidade é também uma charmosa cidade repleta da mais bela arquitetura barroca.


Com uma vida cultural muito ativa, abriga um dos museus mais importantes do mundo, como o Museo Egizio - uma das maiores coleções mundiais de artefatos egípcios  - e também a Galleria Sabauda, Galleria d’Arte Moderna e a Pinacoteca Agnelli al Lingotto.


A catedral de Turim dedicada a São João Batista é o único exemplo de arquitetura renascentista da cidade. Dentro na Cappela della Sacra Sindone encontra-se o Santo Sudário, antigo lençol de linho que, segundo as tradições, envolveu o corpo de Jesus Cristo deposto da cruz.

É conhecida também por seus picos cobertos de neve, bem como o rio Pó que corre próximo ao local. Gastronomicamente, é famosa pela grande variedade de alimentos, em especial a cozinha francesa, devido aos quinhentos anos de influência da Casa de Sabóia, família francesa que governou a província.  Além disso, acredita-se que foi o local da origem do chocolate sólido, e assim como o Grissini, já famoso pão ou vuaras, lá é o lugar perfeito para encontrar chocolates finos.

CURIOSIDADE

Turim é famosa por seus típicos cafés e por seus restaurantes de alto nível que se localizam pelas estradas com os pórticos: freqüentá-los significa fazer parte de uma das grandes tradições da cidade.


Assista e veja imagens de Turim.

Redes de desconto


Em um país onde as lojas de hard discounts não atraem a população, que se sente diminuída socialmente ou com vergonha ao comprar neste tipo de formato, o Lidl, rede alemã que também atua por aqui, se apresenta como uma boa alternativa de loja para o mercado brasileiro. “Tivemos experiências desastrosas no passado no Brasil, mas o País está em um momento maduro para recebê-las novamente. Mas é necessário que o modelo seja pensado para ser de desconto”, diz Nelson Barrizzelli, professor da FEA-USP.

Só para se ter um exemplo, na Alemanha, as cadeias de lojas de descontos dominam o mercado varejista. Isso porque o povo alemão não está disposto a gastar dinheiro com produtos perecíveis e prefere desembolsar mais com o carro e com as férias, daí o sucesso das lojas de descontos. No país, há mais de 7 mil lojas de descontos e os hipermercados e supermercados não conseguem concorrer com elas. Há duas grandes redes de descontos: a Aldi e a Lidl.

A Aldi é uma rede de lojas de descontos da Alemanha com mais de 3 mil unidades pelo mundo inteiro em países como Bélgica, Holanda, França, Espanha, Estados Unidos, Austrália e Irlanda, e com 40% de participação no mercado de alimentos alemão. O sortimento é limitado e a embalagem do produto serve como expositor na gôndola. No geral, as lojas têm um sortimento de até 750 itens, com muitos itens de marca própria, e com tamanhos de até 350 metros quadrados. Sem embalagens, o consumidor leva a compra até o seu veículo no próprio carrinho do supermercado. As lojas têm muita identificação com os consumidores e sempre tem bom movimento. Mais de 85% dos lares alemães fazem compras nas lojas da rede.

O que garante o preço baixo nos produtos destas lojas é o fato de terem poucas marcas em seus estabelecimentos, o resultado é uma compra de poucas empresas em enormes quantidades e um preço baixo que é repassado para o consumidor final.

Os estabelecimentos são simples, sem muita publicidade e decoração, e com um corpo de funcionários enxuto, o que gera uma economia que é repassada aos consumidores alemães, que são um dos povos que mais se preocupa com produtos baratos na Europa.


Na volta da visita ao Carrefour market, fizemos uma visita informal a um estabelecimento Lidl de, aproximadamente, 800 metros quadrados, preços em média 30% menores que as outras lojas e que abastece o quarteirão com aproximadamente 5 mil itens no mix de produtos. “É um típico formato europeu que cresce nos Estados Unidos e é uma tendência de mercado”, afirma Barrizzelli.

Praticidade e fidelização

O market é um modelo de loja de vizinhança do Carrefour para despesas freqüentes, ou seja, atende os consumidores que se deslocam várias vezes por semana ao ponto de venda com produtos frescos, pratos prontos, diversidade e bom atendimento. Praticidade, comodidade e conveniência que faz o sucesso do formato com 457 lojas no país e que atrai os consumidores em um espaço de 1,2 mil metros quadrados e 11 mil itens no mix de produtos. “Os atendentes conhecem os clientes, que no geral são pessoas idosas que vem caminhando para a loja em uma média de três vezes por semana. Apostamos no relacionamento com o cliente”, diz Corrado Dall’ara, responsável pela loja, localizada no Corso Lodi, em Milão.

“Esta fidelização acontece de diversas formas: nos produtos sempre frescos, no conselho ou na dica de um funcionário sobre uma receita ou sobre de que maneira se deve cozinhar algo”.

Maior proximidade


O Carrefour, gigante varejista francesa, maior empresa supermercadista da Europa e a segunda do mundo, que nos últimos 40 anos espalhou pelo mundo o formato de hipermercado - com suas lojas grandes e atendimento impessoal - aposta, assim como alguns dos seus principais concorrentes, em lojas menores e em um relacionamento mais próximo com o cliente. No Brasil, por exemplo, a empresa abriu o Carrefour Bairro, com lojas menores e boa variedade de sortimento.


Lançou também um sistema de franquias com as lojas do Dia%, formato de vizinhança que adequa o mix de produtos de acordo com a região em que a loja está instalada. “O Dia% conseguiu resolver a questão para a venda de franquias no Brasil. Essa é uma oportunidade que os atacadistas têm para desenvolver no País, pois em médio e em longo prazo o hipermercado acabará”, diz Nelson Barrizzelli, professor da Faculdade de Economia e Administração (FEA), da Universidade de São Paulo (USP).

O movimento não é de hoje, acontece há algum tempo com as mudanças nos hábitos dos consumidores que preferem comodidade, conveniência e praticidade na hora da compra. Por isso, eles optam por freqüentar lojas próximas a sua residência ou no caminho do trabalho em que se deslocam a pé em até 10 minutos de caminhada. Passa também pelo crescimento das idas aos pontos de vendas para que possam realizar pequenas compras de reposição, ao contrário das compras abastecedoras mensais de antigamente. Outro fator é a redução no número de pessoas nas famílias modernas e o crescimento da alimentação fora do lar.

Aqui na Itália, o grupo que tem mais de 15,5 mil lojas no mundo – próprias ou em sistema de franquias – e que foi a primeira supermercadista estrangeira a chegar ao Brasil no ano de 1975, é a sexta maior rede do país, com 8,8% de participação no mercado. A empresa testa novos modelos de atuação para conseguir aumentar a participação no País. “Eles investem em pontos de vendas mais próximos, pois o hipermercado não tem mais espaço no país. As pessoas querem proximidade, bom atendimento e não querem se deslocar até essas lojas para comprar poucos itens”, observa Luca Pellegrini, presidente da Trade Lab, consultoria especializada no varejo italiano.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Vida melhor

A preocupação com a responsabilidade socioambiental também é uma das constantes dentro da filosofia de fazer uma sociedade melhor da COOP, cooperativa de consumo. A companhia também busca valorizar ações para um desenvolvimento sustentável em práticas que não agridam a natureza e contribuam para uma vida mais saudável. “Nos últimos anos, tratamos de aumentar esse tipo de atenção, pois os clientes também estão mais cientes dessa necessidade. Há 30 anos, desenvolvemos políticas ambientais, abolindo fósforos no detergente, reduzindo a comercialização de spray e de outros materiais danosos ao planeta”, disse Mauro Crozzoletti, diretor de loja da COOP, situada em Milão.


A comercialização de produtos alimentares com origem controlada e o mais natural possível, harmonizando os ingredientes e os sabores, dentro da filosofia italiana de slow food, - que valoriza a enogastronomia típica - contraponto ao fast food norte-americano, também dá o tom dentro da operação da companhia. Além disso, entre outras ações, a COOP, que detém 17,1% de participação no varejo supermercadista italiano, também é uma das empresas que recebe o selo de certificação "Friend of the Sea", que visa promover políticas para a pesca economicamente e socialmente sustentável e sensibilizar os consumidores.


No Brasil, essa ação será apresentada nessa semana em um evento do Walmart, junto com a Noronha Pescados - o único que possui essa certificação no País. A linha “Sabores da Amazônia” será comercializada a partir desta semana nas lojas do Walmart Brasil. Em linha com a varejista norte-americana na estratégia de desenvolver ações socioambientais em suas operações, os diretores da empresa não pensam em como será ter a maior varejista do mundo em sua área de atuação. “Vamos ver o que acontecerá se o Walmart chegar à Itália. Talvez tenhamos de diluir os custos, mas não cortaremos os empregos. Vamos concorrer de igual, pois fazemos parte da Itália e queremos que todos tenham acesso aos produtos de qualidade e com bons preços”, afirmou Semerado Corrado, diretor-comercial da COOP na região da Lombardia.

Assista o vídeo e saiba mais sobre o “Friend of the Seas”

Carlos Eduardo Severini, presidente da ABAD, homenageia Semerado Corrado, a COOP, junto ao professor Nelson Barrizzelli

Visual atrativo


Nem a chuva, nem o frio de oito graus Celsius e nem o trânsito carregado da manhã de Milão, impediram o grupo de viajantes a se deslocar em um trajeto de vinte minutos de ônibus do Hilton Milano até uma loja da COOP superstore, de 1400 metros quadrados. O formato aposta em muito sortimento, variedade de mercadorias e em produtos não alimentares como lingeries e pequenos eletrodomésticos.



Reúne também produtos frescos e bem apresentados desde o princípio e seções que trabalham com cores, luzes e a percepção visual para atrair os consumidores. “É um supermercado bonito, bem decorado, todas as varias áreas são feitas com muita atenção, cuidado e com muito sabor”, diz Luca Pellegrini, presidente da Trade Lab, consultoria especializada em varejo.


Na Itália existem 424 lojas neste formato que visa oferecer todos os produtos, de acordo com as necessidades dos consumidores da região por agrupamento, como por exemplo, itens de café da manhã, almoço e jantar. “Procuramos fazer uma boa apresentação dos produtos, com boa diversidade, qualidade e combinação de sabores”, afirma Semerado Corrado, diretor-comercial da COOP na região da Lombardia.