terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cadeia alinhada

Um estudo da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) apontou que as perdas na cadeia de alimentos brasileira, seja por erros nas etapas, no manuseio incorreto ou em uma logística inadequada durante o processo chegam a 4,8 bilhões de reais ao ano. O resultado do que se perde acaba indo para o preço do produto e diminui o poder de compra do consumidor.

Para reduzir as perdas e melhorar a eficiência no processo ao longo da cadeia de abastecimento, desde o produtor ou o fabricante até o consumidor final, o RFID – sistema de radiofreqüência - é a solução mais adequada, gerando menos desperdício ao longo do processo e reduzindo os custos da cadeia de abastecimento, com o uso de reposição automática de mercadorias e automação comercial para todos.

“O RFID é o futuro. É o que vai acontecer em alguns anos, mas há um excesso de otimismo com relação à implementação desta tecnologia. Vai demorar muito tempo e requerer muito dinheiro de investimento. Antes de chegarmos neste nível, temos de fazer coisas básicas e que estão disponíveis”, diz Nelson Barrizzelli, professor da FEA-USP. “Não que ela não seja útil, mas porque é preciso desaprender tudo o que foi feito e aprender a fazer tudo de novo”.

Para aprender a fazer tudo de novo é necessário realizar o alinhamento de dados entre todos os envolvidos nas etapas, como há mais de 30 anos foi feito nos Estados Unidos e no Canadá. “No Brasil não foi feito isto e o resultado é que não se tem alinhamento de dados, pois cada um faz o seu sistema. Feito isto, toda a cadeia precisa se reorganizar para ter isso em vigor. Mas ninguém quer abrir o estoque senão não há negociação”, afirma Barrizzelli.

A falta de uma integração e de um esforço concentrado no estudo do RFID no Brasil é outro fator que preocupa os executivos da cadeia de abastecimento que planejam aplicar a tecnologia no futuro para melhorar a eficiência da operação. “Não temos um esforço concentrado e reunido em um só local de RFID. No Rio Grande do Sul, por exemplo, está muito bonito fazer um chip para identificação na orelha do boi para se ter rastreabilidade. Mas isto não é coordenado de uma maneira centralizada. São esforços dispersos e que deveríamos ter, através do GS1 ou de qualquer outra entidade, um esforço de coordenação. Seria muito mais eficiente”, diz Uylon Roberto da Silva, sócio-gerente do Central Ofertão.

Carlos Eduardo Severini, presidente da ABAD, homenageia os representantes do Indicod-ECR, em Milão


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