terça-feira, 26 de outubro de 2010

Redes de desconto


Em um país onde as lojas de hard discounts não atraem a população, que se sente diminuída socialmente ou com vergonha ao comprar neste tipo de formato, o Lidl, rede alemã que também atua por aqui, se apresenta como uma boa alternativa de loja para o mercado brasileiro. “Tivemos experiências desastrosas no passado no Brasil, mas o País está em um momento maduro para recebê-las novamente. Mas é necessário que o modelo seja pensado para ser de desconto”, diz Nelson Barrizzelli, professor da FEA-USP.

Só para se ter um exemplo, na Alemanha, as cadeias de lojas de descontos dominam o mercado varejista. Isso porque o povo alemão não está disposto a gastar dinheiro com produtos perecíveis e prefere desembolsar mais com o carro e com as férias, daí o sucesso das lojas de descontos. No país, há mais de 7 mil lojas de descontos e os hipermercados e supermercados não conseguem concorrer com elas. Há duas grandes redes de descontos: a Aldi e a Lidl.

A Aldi é uma rede de lojas de descontos da Alemanha com mais de 3 mil unidades pelo mundo inteiro em países como Bélgica, Holanda, França, Espanha, Estados Unidos, Austrália e Irlanda, e com 40% de participação no mercado de alimentos alemão. O sortimento é limitado e a embalagem do produto serve como expositor na gôndola. No geral, as lojas têm um sortimento de até 750 itens, com muitos itens de marca própria, e com tamanhos de até 350 metros quadrados. Sem embalagens, o consumidor leva a compra até o seu veículo no próprio carrinho do supermercado. As lojas têm muita identificação com os consumidores e sempre tem bom movimento. Mais de 85% dos lares alemães fazem compras nas lojas da rede.

O que garante o preço baixo nos produtos destas lojas é o fato de terem poucas marcas em seus estabelecimentos, o resultado é uma compra de poucas empresas em enormes quantidades e um preço baixo que é repassado para o consumidor final.

Os estabelecimentos são simples, sem muita publicidade e decoração, e com um corpo de funcionários enxuto, o que gera uma economia que é repassada aos consumidores alemães, que são um dos povos que mais se preocupa com produtos baratos na Europa.


Na volta da visita ao Carrefour market, fizemos uma visita informal a um estabelecimento Lidl de, aproximadamente, 800 metros quadrados, preços em média 30% menores que as outras lojas e que abastece o quarteirão com aproximadamente 5 mil itens no mix de produtos. “É um típico formato europeu que cresce nos Estados Unidos e é uma tendência de mercado”, afirma Barrizzelli.

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